segunda-feira, 25 de maio de 2009

Volteio


Origem do desporto

O volteio, definido como ginástica sobre um cavalo em movimento, é uma das mais antigas modalidades eqüestres. Durante a Idade Média, o volteio era utilizado como parte do treinamento de soldados para as batalhas, já que proporcionava grande equilíbrio e conivência com o cavalo, fatores extremamente necessários, uma vez que os soldados carregavam seus escudos e espadas nas mãos.
Com o final das guerras, o volteio passou para os quartéis, e devido aos grandes benefícios que trazia aos cavaleiros na iniciação de outros esportes hípicos, logo passou a ser amplamente praticado em hípicas e pequenos centros de treinamento. Devido ao grande interesse despertado em seus praticantes, o volteio começou a tomar forma como modalidade eqüestre independente, e em 1984 foi reconhecido como modalidade oficial pela FEI (Federação Eqüestre Internacional), juntamente com o Salto, Adestramento, CCE, Carruagens e Enduro. A primeiro campeonato mundial de volteio foi realizado em 1986 em Bulle, Suiça. O Brasil teve participação em todos os campeonatos mundiais até hoje.
O Volteio, em sua totalidade, consegue aliar os princípios básicos da equitação: equilíbrio, força e a leveza e flexibilidade da ginástica olímpica. Outra razão que torna o volteio propício para iniciantes, é o fator segurança, já que o cavalo está o tempo todo sendo controlado, através de guias e rédeas pelo instrutor, tornando desnecessário a concentração do aluno quanto à impulsão e condução do animal. Desta forma, o praticante se sente mais confiante e preocupa-se somente com seus movimentos e postura.
A Confederação Brasileira de Hipismo divulgou a composição da Comissão Técnica do Volteio para aos Jogos Eqüestres Mundiais, que serão serão realizados em Aachen, na Alemanha.


Volteio

O volteio é definido como uma atividade que envolve exercícios característicos da ginástica artística, dinâmicos, estáticos além de acrobáticos combinados a elementos da dança sobre o cavalo ao galope. Consiste em uma variedade de exercícios obrigatórios e livres executados individualmente, em duplas ou trios, o que pode oferecer diversas idéias de novos movimentos, combinações e variações. De qualquer maneira, mesmo quando executado individualmente, o volteio é caracterizado por um trabalho de equipe, considerando que o volteador, o longeur[1] e o cavalo formam uma equipe e dependem mutuamente um do outro. Esta união permite ao volteador ajustar-se ao movimento e ritmo do cavalo, caso contrário, nenhum exercício poderá ser harmoniosamente realizado (Rieder, 1994).
As séries de volteio seguem um critério estético, em que são utilizadas as capacidades físicas específicas para a realização da técnica correta dos exercícios, que devem estar em plena harmonia com a interpretação coreográfica e com o acompanhamento musical (Ferrara, 1998).
Segundo Ferrara (1998), o cavalo é um animal nobre e desde os tempos mais remotos é conhecida a sua generosidade e o seu estreito relacionamento com o homem. Ele é, acima de tudo, um membro integrante da equipe. Em aulas para iniciantes, pode adaptar-se às dificuldades de cada membro, chegando a alterar o movimento sozinho quando percebe qualquer desequilíbrio, desta forma ele transmite confiança, torna a atividade muito gratificante e cria uma atração muito forte nos volteadores. O ambiente hípico é naturalmente pouco convencional principalmente aos moradores das grandes cidades, criando um contato mais próximo com a natureza. O volteio é uma atividade que une a prática de atividade física ao interesse pelos cavalos.


ORIGEM E HISTÓRICO DO VOLTEIO


A história do Volteio partiu da habilidade de montar e descer do cavalo em movimento, que consistia em uma habilidade guerreira, esta habilidade foi usada como um ato de sobrevivência numa época marcada por guerras, em seguida, foi usado como forma de desenvolver o equilíbrio, agilidade e elegância do cavaleiro, no Antigo Império Romano, os cavaleiros realizavam acrobacias sobre o cavalo em movimento nos Jogos Romanos. Assim surgiu o Volteio artístico, caracterizado por critérios artísticos como precisão, dificuldade e harmonia (Weller 1999).
Com o passar do tempo, seguindo o ideal de perfeição criado pelo Renascimento, a estética do movimento passou a ser valorizada e o movimento então, deveria demonstrar beleza, leveza, segurança, exatidão e perfeição. Foi então nesta época que surgiu na França "La Voltige"[2]. Após a 2ª Guerra Mundial, o volteio foi desenvolvido na Alemanha. Daquela época até o momento tem sido utilizado também como forma de iniciação à equitação, oferecendo ao iniciante uma maneira de tornarem-se mais envolvidos com os esportes eqüestres (Rieder, 1994; Ferrara, 1998).
Enquanto atividade motora, pode ser desenvolvido em diversas áreas de abrangência atingindo as dimensões:
Competitiva, desta forma, o Volteio será desenvolvido de maneira a proporcionar a preparação de atletas em 4 níveis: técnica, artística, física e psicológica.

Educacional, neste caso volteio pode contribuir no aumento do acervo motor e da experiência de movimento, diferenciando-se principalmente pela superfície instável, determinada pelo cavalo nas três andaduras (passo, trote e galope), melhorando especialmente as habilidades de estabilização.
Além disso, a presença do cavalo como um animal de grande porte impõe respeito, fazendo com que o aprendiz adote determinadas posturas diante do cavalo, disciplinando-a e facilitando o trabalho do educador que, desde o início, deve ressaltar o trabalho em grupo, o espírito de equipe com ajuda mútua ao subir, descer do cavalo e durante a realização de novas figuras que ainda não estejam totalmente aprendidas no cavalo em movimento, assim como no cuidado com o cavalo e com o material utilizado em aula.
O aluno deve aprender a respeitar e considerar o cavalo como o mais importante membro da equipe. De acordo com Rieder (1994), isto torna o volteio uma atividade que ajuda a formar personalidades.
O volteio desenvolve as habilidades básicas, combinadas e seriadas, durante as diversas subidas, descidas e movimentos sobre o cavalo. As habilidades específicas são desenvolvidas na execução dos exercícios obrigatórios. As capacidades físicas e habilidades motoras são trabalhadas em todas as dimensões do volteio e sempre que possível deve-se utilizar a música desenvolvendo o ritmo e a interpretação musical;
Adaptada, o Volteio junto à equitação pode ser amplamente utilizado com portadores de deficiências ou como uma nova disciplina, auxiliando no desenvolvimento das principais capacidades e habilidades motoras, psicológicas e cognitivas;
Recreação e lazer, o volteio pode ser utilizado como recreação e lazer independente da aptidão física e idade, estimulando a criatividade e aproveitando os movimentos mais simples, já que não visa a performance. Quando realizados sobre o cavalo em movimento, tornam-se um desafio, executados individualmente ou em duplas, torna-se também uma atividade muito atraente e divertida;
Iniciação à equitação, o volteio também é uma forma de iniciação à equitação, sendo que o cavaleiro que inicia-se no hipismo através do volteio tende a adquirir maior confiança no cavalo, boa postura nas três andaduras (passo trote e galope) e equilíbrio;
Militar, seguindo ainda hoje os objetivos historicamente apresentados, onde o policial utiliza-o para adquirir melhor controle e equilíbrio do corpo em determinadas circuntâncias.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Cavalo Puro Sangue Lusitano


Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos e Romanos o reconheceram como o melhor cavalo de sela da antiguidade.
Cavalo de "sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro Sangue Lusitano é o produto de uma selecção de milhares de anos, o que lhe garante uma "empatia" com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna.
Seleccionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase todas as modalidades do moderno desporto equestre, confrontando-se com os melhores especialistas. No limiar do ano 2000 o Puro Sangue Lusitano, volta a ser procurado como montada de desporto e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras qualidades de carácter e antiguidade genética.
A sua raridade resulta de um pequeníssimo efectivo de cerca de 2000 éguas produtoras. Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil 600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América.
Hoje o efectivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa e no Brasil, onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade. Entre nós, a qualidade geral da produção tem aumentado muito,e tudo leva a crer que se venham a estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e assegurando a sua vitalidade.
No século XXI, O Puro Sangue Lusitano será sempre o cavalo por excelência para a Arte Equestre e para o Toureio, mas, para além de ser o cavalo que dá maior prazer montar, continuará a surpreender pela sua natural aptidão para os obsctáculos, e para o Ensino e Atrelagem de Competição.
A institucionalização oficial do Stud-Book da Raça Lusitana, foi sem dúvida, um passo decisivo, no progresso da mesma, ao condicionar a admissão de reprodutores aos requisitos mínimos do respectivo padrão, dando origem a um generalizado e criterioso trabalho de selecção, facultando o conhecimento aprofundado das geneologias, permitindo perpetuar e tirar partido das linhas formadas a partir da insistência em determinados reprodutores (emparelhamento em linha).
Aliás para um processo zootécnico eficaz e relativamente rápido há que recorrer à selecção e à consanguinidade, sendo esta de evidente vantagem em aspectos que interessam ao criador, nomeadamente na pureza e uniformidade da raça e na consequente prepotência dos reprodutores obtidos.


Caracteristicas do cavalo Lusitano
1 - Tipo: eumétrico (peso cerca dos 500 kg); mediolínio; subconvexilínio (de formas arredondadas) de silhueta inscrítivel num quadrado.
2 - Altura: média ao garrote, medida com hipómetro aos 6 anos: fêmeas - 1,55 m; e machos - 1.60 m.
3 - Pelagem: As mais frequentes são a ruça e a castanha em todos os seus matizes.
4 - Temperamento: nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor.
5 - Andamentos: ágeis e levados projectando-se para diante, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro.
6 - Aptidão: tendência natural para a concentração, com grande predisposição para exercícios de Alta Escola e grande coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta (combate, caça, toureio, maneio de gado, etc.).
7 - Cabeça: bem proporcionada, de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares), olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes.
As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas.
8 - Pescoço: de comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base, e bem inserido nas espáduas, saindo do garrote sem depressão acentuada.

9 - Garrote: bem destacado e extenso, numa transição suave entre o dorso e o pescoço, sempre levemente mais elevado que a garupa.
Nos machos inteiros fica afogado em gordura, mas destaca-se sempre bem das espáduas.
10 - Peitoral: de amplitude média, profundo e musculoso.
11 - Costado: bem desenvolvido, extenso e profundo, com costelas levemente arqueadas, inseridas obliquamente na coluna vertebral, proporcionando um flanco curto e cheio.
12 - Espáduas: compridas, obliquas e bem musculadas.
13 - Dorso: bem dirigido, tendendo para o horizontal, servindo de traço de união suave entre o garrote e o rim.
14 - Rim: Curto, largo, musculoso, levemente convexo, bem ligado ao dorso e à garupa com a qual forma linha contínua e perfeitamente harmónica.
15 - Garupa: forte e arredondada, bem proporcionada, ligeiramente oblíqua, de comprimento e largura de dimensões idênticas, de perfil convexo, harmónico e pontas das ancas pouco evidentes conferindo à garupa uma secção transversal elíptica.
Cauda saindo no seguimento da curvatura da garupa, de crinas sedosas, longas e abundantes.
16 - Membros: braço bem musculado, harmoniosamente inclinado.
Antebraço bem aprumado e musculado.
Joelho seco e largo.
Canelas sobre o comprido, secas e com tendões bem destacados.
Bolêtos secos relativamente volumosos e quase sem machinhos.
Quartelas relativamente compridas e obliquas.
Cascos de boa constituição, bem conformados e proporcionados, de talões não muito abertos e coroa pouco evidente.
Nádega curta e convexa.
Coxa musculosa, sobre o curto, dirigida de modo a que a rótula se situe na vertical da ponta da anca.
Perna sobre o comprido, colocando a ponta do curvilhão na vertical da ponta da nádega.
Curvilhão largo, forte e seco.
Os membros posteriores apresentam ângulos relativamente fechados.


Aptidões
É um cavalo versátil cuja docilidade, agilidade e coragem lhe permitem atualmente competir em quase todas as modalidades do moderno desporto equestre: adestramento, alta escola, salto, enduro e tração ligeira, sendo no entanto imbatíveis no toureio equestre.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Saltos de obstáculos


A prova de saltos de obstáculos é uma competição em que tanto o cavalo como o cavaleiro são avaliados, segundo certas regras durante um percurso de saltos.


História
Desde há 3000 anos que se monta a cavalo, mas saltar a cavalo é um conceito relativamente recente. Os saltos de obstáculo surgiram com os caçadores de raposas ingleses, que montados nos seus cavalos, saltavam muitas sebes e cercas que dividiam os campos. Só a partir da segunda metade do séc. XVIII é que se começou a dar atenção aos saltos a cavalo, e esta disciplina equestre evoluiu a muito custo, tendo como grande idealista o Conde Lucas de Albuquerque Lourenço, espanhol nascido na inglaterra, e sem dúvidas o cavaleiro que ficará marcado na vida de todos os atletas que seguem o esporte.

Regras
Estas provas têm o objectivo de demonstrar algumas qualidades do cavalo, como: força, potência, obediência, velocidade, respeito pelo obstáculo. O cavaleiro é avaliado pela sua equitação.
O vencedor da prova é o concorrente que tiver menos penalizações (pontos) e fizer o percurso mais rápido, o que somar mais pontos ou então aquele que mais se aproximar do tempo ideal, conforme o tipo de prova.
Existem vários tipos de provas dentro dos saltos de obstáculos, como:
As provas sem cronómetro, podem ser de tempo ideal, na qual a pista é medida e dá-se um tempo para concluir o percurso. Quem mais se aproximar desse tempo com menor penalização ganha a prova.
Com cronómetro, em que a velocidade é determinante para o resultado das provas.
As provas com barrage, em que os conjuntos que no primeiro percurso tiveram os mesmos pontos, desempatam, num percurso reduzido, com base nas penalizações e no tempo.
As provas de potência, um máximo de quatro barrages, onde a altura dos obstáculos é sucessivamente aumentada.

Tabela de Faltas
Derrube - 4 pontos
1ª desobediência - 4 pontos
2ª Desobediência - eliminação
Queda do cavalo ou cavaleiro - eliminação
Erro no percurso - eliminação
Tempo excedido numa prova cronometrada - 1 ponto por cada quatro segundos
Eliminado o cavaleiro que não tiver adequadamente uniformizado (toque, bota preta , camisa com gola branca, e casaca(nem sempre é obrigatória)